Estás longe, longe de mim. Escuridão obstante de alegria de
tempos felizes, que me destrói, que me corrói. Sonhos altos, que voavam entre montanhas
e obstáculos imaginários, sentidos por aquele alpinista que se esconde perante
olhares passageiros, mas que aparecia apenas sempre que te via sorrir, agora
chora, por ti. Chora pelo mesmo olhar simples e sincero que um dia conheceu
quando te viu sorrir. Esse olhar existe, mas já não está cá. Escondeste-o, destróis
a cada dia que passa com inseguranças desmedidas.
Um túnel aproxima-se. Atravessa a montanha juntando os
vales. Por ele passa o ar quente que um coração apaixonado brota. Aqueceu aquelas
pedras e transformou-as em sonhos. Transformou a pedra que constitui um banco de
sentar naquele sítio que conheces, numa pedra mágica.
Esse ar mágico, que se esconde das entranhas do frio para te
aquecer, para te dar vida, apenas a ti.
Se o sentisses assim, como eu o sinto, destruirias a montanha com um tremor de terra. Davas a vida àquele alpinista, salvava-lo daquela montanha maldita que o prende em sonhos verdadeiros, perdido, por ti.
14 FEV, 2018 0
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